A viagem ao centro da Terra é um velho sonho da humanidade!
Tudo nos leva a crer que as profundezas terrestres tenham uma existência apaixonante, constituindo um mundo misterioso, inacessível ao observador. Se pensarmos que o raio da Terra tem cerca de 6400 Km e que as perfurações feitas até hoje não ultrapassam os 12 Km, estamos ainda muito longe do centro do nosso planeta...
Durante muito tempo, os homens imaginaram a Terra como um corpo sólido atravessado por uma série de cavidades, em que umas estavam vazias ou parcialmente cheias de água, encontrando-se ligadas entre si por uma gigantesca rede, permitindo o escoamento de vastíssimos rios subterrâneos, assim como a existência de verdadeiros mares interiores; outras estavam cheias de material quente vulcânico...
A este modelo da Terra altamente poroso, pelo menos em relação à crosta, sobrepunha-se a crença da existência de “um fogo central”. Os mineiros da Antiguidade haviam já notado que quanto mais se avança para o interior da Terra, maior é o calor. Parece conter uma fonte térmica, um fogo central. Esta ideia, comum nos finais do século XVII, apoiava-se em diversas teorias, como a de Decartes, que postulava que a Terra era uma estrela abortada, que depois de uma fase incandescente teria arrefecido e, deste modo, teria permitido a formação de uma película superficial sólida, a crosta terrestre. Assim, como arrefecimento prosseguia, o interior da Terra teria ficado pastoso e quente como uma bola de fogo. Esta teoria era aceite pela generalidade dos cientistas, e do início do século XVII até finais do século XVIII a nossa visão do interior do planeta não mudou rigorosamente nada: uma bola de fogo central, fogo esse residual dos primeiros dias, rodeada por uma série de cavidades...
À medida que se obtêm mais dados, o modelo da Terra vai ganhando uma determinada estrutura. A dificuldade de usar métodos cada vez mais penetrantes obriga-nos a olhar com um pouco de atenção à nossa volta, para fora da Terra, para outros objectos planetários....
(Adaptado de Nascimento et al., 1995) e retirado do site: http://www1.ci.uc.pt/cienterra/ect/III.4-Conteudos%20e%20materiais.pdf